02/07/2017

12. Copas

NADA MAIS ENVOLVENTE E COLORIDO DO QUE A “ALA DAS BAIANAS “ DAS ESCOLAS DE SAMBA, NO SEU DESFILE DE CARNAVAL. COM SUAS IMENSAS SAIAS RODADAS, ELAS REPRESENTAM O QUE HÁ DE MAIS AUTÊNTICO NESSA FESTA POPULAR. AO MESMO TEMPO QUE ESSES OITO GIGANTESCOS TOTENS RELEMBRAM ESSA DANÇA DAS BAIANAS GIRANDO, ELES TAMBÉM SIMBOLIZAM A SEMELHANÇA COM A TAÇA JULES RIMET – O PRIMEIRO DOS TROFÉUS, QUE FOI GANHO DEFINITIVAMENTE PELO BRASIL.

AQUI, UM GRANDE PASEIO POR 370 FOTOGRAFIAS E 16 VÍDEOS CONTA A HISTÓRIA DE TODAS AS COPAS DO MUNDO DESDE A PRIMEIRA OCORRIDA EM 1930  (O BRASIL É O ÚNICO PAÍS QUE PARTICIPOU DE TODAS ELAS). SÃO FOTOS DOS TIMES BRASILEIROS E DE TODOS OS PAÍSES CAMPEÕES MUNDIAIS. AS IMAGENS FOTOGRÁFICAS E EM MOVIMENTO MOSTRAM OS JOGOS E O QUE ACONTECEU COM A HISTÒRIA POLÍTICA E SOCIAL DE CADA UMA DESSAS ÉPOCAS, NO BRASIL E EM TODO O MUNDO.

 

TOTEM 1

Copas de 1930, 1934, 1938, 1950 e 1954 - CONTEXTO

 

1930. Tem início uma década de mudanças políticas no Brasil e

de crise econômica mundial.

 

Getúlio Vargas chega ao poder. Nele ficará por 15 anos.

 

É a década do primeiro Grande Prêmio Brasil de Turfe, ganho por Mossoró.

 

As artes se fazem mais modernas e mais brasileiras.

 

O Cristo Redentor abre os braços sobre a Guanabara.

 

Cineasta pioneiro, Humberto Mauro soma novos filmes à sua obra.

 

Famílias de imigrantes, base da sociedade patriarcal paulistana.

 

São Paulo empunha armas por uma Revolução Constitucionalista.

 

A mulher luta por seus direitos, entre eles, o voto.

 

Getúlio Vargas vence seus opositores em mais uma ocasião. Com sua política populista,

instaura o Estado Novo.

 

Pixinguinha e seus choros imortais é o Villa-Lobos da música popular.

 

Carmen Miranda parte para Hollywood.

 

1950. O país depois de Vargas sair e antes de Vargas voltar.

Nele, a grande novidade é a televisão.

 

O rádio mantém seu apelo, coroando reis e rainhas.

 

Luís Gonzaga traz o baião para o Sul e conquista o país com sua sanfona.

 

Com “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, o cinema nacional dá importante passo às vésperas da  Copa do Mundo da Suiça.

 

A patriótica campanha "O petróleo é nosso" mobiliza o país e funda ]a Petrobrás.

 

O samba desce dos morros para Copacabana, torna-se mais lento, romântico e... menos samba.

 

Por duas polegadas, Marta Rocha deixa de trocar o cetro de Miss Brasil pelo de Miss Universo.

 

                                                          

TOTEM 2

Copa de 1958 - CONTEXTO

 

Brasil, 1958. Ano da VI

Copa do Mundo. Aqui, um país feito de otimismo e sorrisos que pensa de outra forma o futebol.

 

Otimista é o presidente da República, Juscelino Kubitscheck, o dos 50 anos em 5...

 

... e da construção de Brasília, a nova capital projetada para o futuro.

 

Brasília é obra de cérebros e corações brasileiros, como os de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer,

operadas por mãos de trabalhadores de todo o país.

 

A indústria automobilística roda seus primeiros quilômetros. O brasileiro torna-se mais otimista e sorri ao volante. 

 

E o futebol?  Será que o mais otimista acredita num menino de 17 anos chamado Pelé? E num driblador "irresponsável" de nome Garrincha?

 

Otimismo e sorrisos. De uma juventude que anda de lambreta...

 

e que ainda curte (não por muito tempo) os concursos de miss, tão importantes que ganham espaço na páginas de revistas e nas telas de televisão.

 

Adalgisa Colombo, representando a mulher carioca, é a Miss Brasil 1958.

 

Sorri o Brasil inteiro das graças de Grande Otelo e Oscarito.

 

O teatro brasileiro atinge sua maturidade com espetáculos como "Eles não usam black-tie". Fernanda Montenegro e Gianfrancesco Guarnieri em cena. 

 

"São Paulo não pode parar" é o lema da cidade que se transforma na mais próspera metrópole da América Latina.

 

O Rio é uma cidade solar. A praia, o mar, a montanha... tudo isso é vivido com sorrisos e sem saudades.

 

Como sugere o histórico disco com que João Gilberto cria a Bossa Nova.

 

No país do futebol, sorriem os fãs do tênis. Maria Ester Bueno conquista novos títulos internacionais.

 

E o futebol? Sorriem finalmente - ou muito mais que isso - os torcedores que recebem os campeões em sua volta triunfal.

O brasileiro esperou 20 anos por este dia. 

 

 

TOTEM 3

Copa de 1962 e 1966 - CONTEXTO

 

Brasil, 1962. Ano da VII Copa do Mundo. Pela primeira vez  em muitos anos, o Brasil volta a confiar em seu futebol.

 

Um Brasil onde a bola rola em todos os campos e cada craque de pelada se vê como futuro campeão.

 

Os campeonatos em campos brasileiros – onde brilham os campeões do mundo (com destaque para Garrincha e Pelé) – nunca foram tão atraentes como agora.

 

Mudam os gostos, passam as modas. A Atlântida fecha suas portes e a chanchada carnavalesca vive seus últimos dias.

 

O Tamba Trio é um dos criadores do som instrumental, econômico, intimista e jazzístico, com

que a Bossa Nova vai vencer além das fronteiras.

 

"São Paulo S.A", filme de Luiz Sérgio Person, discute a condição e a complexidade do homem da grande cidade.

 

O golpe militar de 1964 converte o Brasil numa nação marcada por conflitos e contradições.

 

Sérgio Ricardo é a voz  de “Deus e o diabo na Terra do Sol”.  Para muitos, o melhor filme de Glauber Rocha.

 

Em 1965, inaugura-se a Rede Globo de Televisão.

 

Comportamento e música calcados nos Beatles, a Jovem Guarda entre em cena. Roberto Carlos é o seu rei.

 

Os festivais da canção agitam torcidas e revelam uma brilhante geração de compositores e intérpretes.

 

 

TOTEM 4

Copa de 1970 - CONTEXTO

 

Brasil, 1970. É tempo de regime militar, de Transamazônica, de boom econômico, de repressão e de futebol.

 

As escolas de samba vivem seus últimos dias de amadorismo e autenticidade.

 

Cartola, o grande sambista da Mangueira, deixa de ser um gênio esquecido para fazer sucesso depois dos 60.

 

"Trem das Onze", um sucesso nacional do samba paulista.

 

Com o AI-5, limita-se a liberdade, aumentam os protestos, intensifica-se a repressão.

 

O brasileiro vive a Copa intensamente, pelos jornais e pela TV. É a primeira vez que os jogos de um

campeonato mundial são transmitidos ao vivo.

 

Mas a torcida brasileira no México também é grande: 99% são mexicanos.

 

Chacrinha, o novo estilo na arte de comunicar.

 

A música popular está em alta. E em toda a parte: na TV, nos palcos, no disco, nos estádios.

 

O povo volta às ruas para homenagear os tricampeões. Para muitos, os integrantes da mais completa seleção

que o Brasil mandou a uma Copa.

 

Em Brasília, os abraços oficiais.

 

 

TOTEM 5

Copa de 1974, 1978, 1982

 

É um Brasil jovem – e freqüentemente pop – o dos anos 70.

 

São Paulo e Rio, as cidades nos anos do tri.

 

A mulher brasileira conquista seu lugar no mercado de trabalho.

 

Ecos do tropicalismo ainda são ouvidos, embora a moda e a música sejam outras.

 

“O Bem Amado”, estrelado por Paulo Gracindo, estréia as cores da TV.

 

A série traz mensagens políticas nem sempre percebidas pela censura.

 

No cinema, “Bye, Bye, Brasil” leva um Brasil desconhecido para o exterior.

 

João Figueiredo é quem anuncia os novos tempos.

 

A Anistia traz de volta ao país homens e mulheres que sofreram no exílio.

 

O filme “Bar Esperança” fala do espírito do brasileiro na segunda metade da década.

 

É pela voz de Elis Regina que João Bosco & Aldir Blanc cantam o hino da Anistia.

 

Povo e políticos estão de volta aos palanques.

 

 

TOTEM 6

Copa de 1986, 1990

 

 

Tancredo Neves é o primeiro presidente civil desde 1964.

 

É o rock “made in Brazil” o som predominante nos anos de 1986 a 90. Do Legião Urbana...

 

... Do Ultraje a Rigor...

 

... Do Paralamas do Sucesso...

 

... Do RPM...

 

... De Lobão...

 

... De Renato Russo e outros mais.

 

Fernanda Torres é premiada em Cannes por seu desempenho em “Eu sei que vou te amar”.

 

Marcélia Cartaxo, por “A hora da estrela”, ganha o Leão de Prata em Berlin.

 

José Sarney dá nome a novo plano econômico e convoca o brasileiro para atuar como seu fiscal.

 

Numa época em que um quilo de café custa entre 99 mil e 125 mil cruzeiros!

 

Ulisses Guimarães assina a nova Constituição, promulgada em dia de festa cívica no Congresso Nacional.

 

Em 1986, ano da segunda Copa no México, morre Nélson Cavaquinho.

 

É motivo para graça a descrença da sociedade em nossos políticos.

 

O rock urbano dos Titãs é a perfeita tradução de uma São Paulo que se transforma.

 

 

 

TOTEM 7

Copa de 1994, 1998

 

 

Jovens de cara pintada têm atuação decisiva para o "impeachment" de Collor.

 

A violência das ruas vai pouco a pouco ganhando espaço nas telas dos cinema.

 

Hortência e Paula, mãos mágicas que levam o basquete feminino brasileiro título mundial.

 

Airton Senna parte, deixando o Brasil sem um de nossos maiores ídolos.

 

O capacete de Senna está a bordo do avião que traz dos Estados Unidos os tetracampeões do mundo.

 

O mesmo capacete que o técnico Parreira carrega como símbolo de vitória.

 

Os sons que vêm do Nordeste continuam investindo em experiências e fusões. É a vez do “manguebeat”.

 

“Central do Brasil”, outra bem-sucedida tentativa de conquista do mercado internacional pelo cinema brasileiro.

 

Os ídolos também choram. Romário, ao ser cortado da seleção às vésperas da Copa de 1998...

 

... e Leonardo, como toda a música sertaneja, a morte do irmão e parceiro Leandro,

enquanto a seleção tentava o penta na França.

 

O humor e a irreverência dos Mamonas Assassinas batem recordes de vendagem e deixam saudades  por todo o país.

 

Germano Mathias canta a paixão das torcidas pelo futebol paulista.

 

A música pop, pela voz do Skank, celebra o futebol.

 

 

TOTEM 8

Copa de 2002, 2006

 

 

Na "Cidade de Deus" ainda é possível

sonhar, mesmo que o futuro esteja longe.

 

Zeca Pagodinho se deixa levar pela vida

e canta o samba que embala a seleção.

 

Acelino de Freitas,o Popó, arrebata o

cinturão dos super-penas.

 

Gisele Bundchen, a mulher, beleza pura

nas passarelas do mundo. 

 

Príncipe Charles,  "pinto no lixo" do

samba da mangueira.

 

Felipão a bordo,

lá embaixo, mais uma

comoção brasileira na

chegada dos campeões.

 

Paulo Coelho,

o alquimista na

academia.

 

Lula, um operário no

planalto.

 

O voleibol desbanca

o futebol em glórias

internacionais. É a

era Bernadinho.

 

Daiane dos Santos,

graça e equilíbrio na

ginástica.

 

Diego Hipólito e sua

irmã Daniela, medalhas

em família.

 

Marta, craque campeã,

melhor do mundo como

Pelé.

 

Marilson Gomes dos

Santos, passadas

triunfais pelas ruas

de São Paulo,

na tradicional corrida

de São Silvestre.