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O Museu do Futebol é para todas as pessoas. Aqui, respeitamos a diversidade e mostramos cartão vermelho para qualquer forma de discriminação
O Museu do Futebol é para todas as pessoas. Aqui, respeitamos a diversidade e mostramos cartão vermelho para qualquer forma de discriminação
O amor a um time de futebol pode se manifestar de muitas maneiras além do uniforme: flâmulas, bandeiras, bonecos, pins, discos, selos transformam-se em símbolos de devoção. Nesta sala, eles podem ser vistos de perto, engrandecidos, como o próprio amor que nos inspirou, em 487 imagens dos mais variados objetos que retratam a paixão do torcedor. A sala apresenta o acervo de cinquenta colecionadores, com 131 times brasileiros representados.
Pelé gravou gentilmente este vídeo, em 2008, meses antes da inauguração do Museu do Futebol. Desde então, o Rei saúda nossos visitantes e os convida a conhecer a história do futebol brasileiro – história, em grande parte, escrita por ele próprio, que aparece em vários momentos da nossa exposição. Assim, a equipe e os visitantes do Museu do Futebol têm o privilégio de conviver com seu legado todos os dias.
Há mais de cem anos – imagine só! –, muita gente criticava o futebol, que se iniciava no Brasil. Dizia-se que não existiria futuro para um esporte praticado com os pés, apesar do próprio nome do jogo (foot-ball, ‘bola no pé’). Os pés, que em geral começam a fazer seus malabarismos na pelada, acabaram levando, dos campinhos para os estádios do mundo inteiro, uma bela exibição da criatividade e da paixão do brasileiro.
São 29, mas poderiam ser cinquenta ou cem, tantos foram os criadores e as criadoras do futebol-arte que se pratica no Brasil. Deuses ou heróis, ídolos de várias gerações, também podem ser vistos como anjos em uma catedral onde se cultuam a invenção, a poética e a magia do jogo. Verdadeiras obras de arte barroca.
O futebol é a coreografia do imprevisível. No campo, na várzea ou na rua, surpresa, beleza e habilidade comandam o jogo. Agora você está à frente da sala de operações de uma grande emissora de TV e, ao apertar os botões, vai poder escolher lances incríveis, gols geniais e jogadas até certo ponto bizarras. Um show de imagens da dança do futebol.
Que gol você quer ouvir? Um narrado por Ary Barroso nos anos 1940 ou outro, por Osmar Santos, quatro décadas depois? Esta é uma homenagem ao rádio, meio de comunicação que levou o futebol aos lugares mais distantes do país, e a narradores que, com bordões criativos e gritos de gol inesquecíveis, conquistaram os corações dos torcedores brasileiros.
Exaltar é erguer, elevar, celebrar, tornar alto, sublime. Este ambiente surpreendente, nas entranhas do Pacaembu, revela os pilares que sustentam as arquibancadas, fincados na terra desde a construção do estádio, inaugurado em 1940. Esta sala é dedicada a você, torcedora e torcedor que, nessa experiência única, eleva o futebol a uma paixão coletiva.
Nesta sala, narra-se uma história que começa com Charles Miller — quando o futebol chega ao Brasil no final do século XIX — e vai até meados dos anos 1930, passando pela luta por aceitação de atletas negros nos clubes até a profissionalização do esporte. O grande craque desse período foi Arthur Friedenreich, filho de mãe brasileira e pai descendente de alemão. Mais de quatrocentas imagens de todos os cantos do país mostram o contexto da época, dos barões do café ao povo mais humilde que conquistou para si o futebol… e o reinventou!
O Museu do Futebol é o lugar de abrasileirar-se. Daí esta Sala Raízes: o futebol é tão significativo para a história do Brasil no século 20 como são todas as demais formas de expressão nas artes visuais, na música, no pensamento, na poética – o gol de bicicleta de Leônidas da Silva, a pintura de Tarsila, o poema de Drummond. Nos anos 1930, passamos a ter uma linguagem comum: a Era do Rádio uniu o Brasil em voz, canto e eco das torcidas.
Foi o maior silêncio que já se ouviu no país, ao som das batidas rítmicas dos milhares de corações. Em 1950, construímos o Maracanã, com a certeza de uma vitória na Copa do Mundo. No entanto, houve uma derrota muito doída: o Uruguai venceu a partida decisiva, por 2x1. Bastaria o empate para sermos campeões. Não fomos. A partir daí, porém, o futebol brasileiro superou o trauma e passou a acumular seus grandes triunfos.
O Brasil é o único país a participar de todas as Copas do Mundo de Futebol Masculino e Feminino, e também o único a ganhar a taça por cinco vezes no futebol masculino: um país pentacampeão! Conheça detalhes desses campeonatos e o que estava acontecendo no Brasil e no mundo nos cenários político, social, econômico e cultural no período em que cada um deles aconteceu. Fotos e vídeos retratam governantes, misses, artistas, ditadores, torcedores anônimos e gênios da bola – todos personagens de uma mesma história.
Mesmo proibidas por lei, entre 1941 e 1979, as brasileiras nunca pararam de jogar futebol. Corajosas, destemidas e determinadas, elas enfrentaram o preconceito e o risco de prisão para exercer seu amor pela bola. Contamos a trajetória de resistência das mulheres ao longo destas quatro décadas até a primeira Copa do Mundo oficial, em 1991. Muitas das imagens desta instalação são descobertas recentes, nunca antes exibidas ao público. Saiba mais sobre as Copas do Mundo de Futebol Feminino nas estruturas aqui presentes.
O maior jogador de todos os tempos. O maior artilheiro da história do futebol. O único jogador a conquistar a Copa do Mundo três vezes. O ganhador do troféu Atleta do Século. O mais jovem a marcar um gol numa final de Copa do Mundo. O craque que parou conflitos armados e que fez um árbitro ser expulso de campo. Aquele que dedicou seu gol mais importante às criancinhas pobres e que encerrou sua carreira pedindo “love, love, love”. Isto é Pelé.
Anote a escalação: no gol, Números; Histórias, Datas, Apelidos e Superstições formam a zaga; no meio de campo, Táticas, Brinquedos e Recordes; Regras, Humor e Memorabilia completam o ataque. Veja aqui uma seleção de informações rápidas, curiosas e divertidas para transformar você numa “Enciclopédia do Futebol”. Curta também as mesas interativas e fique à vontade para colocar as mãos nos objetos sem qualquer risco de o árbitro marcar falta.
Chegou sua vez de entrar em campo. Esta sala traz uma série de atrações para você exercitar corpo e mente. Afinal, o futebol é sempre uma grande diversão. Teste sua pontaria, veja que tipo de torcedor você é, cabeceie igual Pelé e chute forte para vencer o goleiro. No final, tire uma foto nos braços de sua torcida. Você é craque!
“Ao longo de 21 anos, Marta vestiu a amarelinha em 183 jogos e marcou 119 gols, tornando-se a maior artilheira do Brasil entre homens e mulheres. Superou, inclusive, Pelé, Ronaldo e Zico. Jogou seis copas, mas nunca levantou a taça da Copa do Mundo. Pior para a taça. A estrela de Dois Riachos produziu aberturas infinitas para novos universos e inscreveu na nossa sociedade a maior riqueza de todas: a chance de desejar. Marta fez o que fez sem que lhe dessem o direito de sonhar. Fez por birra, raiva, pirraça e paixão. Mandou às favas a feminilidade subserviente e ensinou que jogar futebol é um direito de todas. Fez sua revolução sem saber direito para onde estava indo – como, aliás, costumam ser feitas as revoluções.”